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quarta-feira, 14 de julho de 2010

DIREITOS DOS ANIMAIS

PREÂMBULO:

- Considerando que todo o animal possui direitos;
- Considerando que o desconhecimento e o desprezo destes direitos têm levado e continuam a levar o homem a cometer crimes contra os animais e contra a natureza;
- Considerando que o reconhecimento pela espécie humana do direito à existência das outras espécies animais constitui o fundamento da coexistência das outras espécies no mundo;
- Considerando que os genocídios são perpetrados pelo homem e há o perigo de continuar a perpetrar outros;
- Considerando que o respeito dos homens pelos animais está ligado ao respeito dos homens pelo seu semelhante;
- Considerando que a educação deve ensinar desde a infância a observar, a compreender, a respeitar e a amar os animais;



PROCLAMA-SE O SEGUINTE:


Artigo 1º

Todos os animais nascem iguais perante a vida e têm os mesmos direitos à existência.

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Artigo 2º

1. Todo o animal tem o direito a ser respeitado.
2. O homem, como espécie animal, não pode exterminar os outros animais ou explorá-los violando esse direito; tem o dever de pôr os seus conhecimentos ao serviço dos animais.
3. Todo o animal tem o direito à atenção, aos cuidados e à protecção do homem.

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Artigo 3º

1. Nenhum animal será submetido nem a maus tratos nem a actos cruéis.
2. Se for necessário matar um animal, ele deve de ser morto instantaneamente, sem dor e de modo a não provocar-lhe angústia.

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Artigo 4º

1. Todo o animal pertencente a uma espécie selvagem tem o direito de viver livre no seu próprio ambiente natural, terrestre, aéreo ou aquático e tem o direito de se reproduzir.
2. toda a privação de liberdade, mesmo que tenha fins educativos, é contrária a este direito.

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Artigo 5º

1. Todo o animal pertencente a uma espécie que viva tradicionalmente no meio ambiente do homem tem o direito de viver e de crescer ao ritmo e nas condições de vida e de liberdade que são próprias da sua espécie.
2. Toda a modificação deste ritmo ou destas condições que forem impostas pelo homem com fins mercantis é contrária a este direito.

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Artigo 6º

1. Todo o animal que o homem escolheu para seu companheiro tem direito a uma duração de vida conforme a sua longevidade natural.
2. O abandono de um animal é um acto cruel e degradante.

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Artigo 7º

· Todo o animal de trabalho tem direito a uma limitação razoável de duração e de intensidade de trabalho, a uma alimentação reparadora e ao repouso.

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Artigo 8º

1. A experimentação animal que implique sofrimento físico ou psicológico é incompatível com os direitos do animal, quer se trate de uma experiência médica, científica, comercial ou qualquer que seja a forma de experimentação.
2. As técnicas de substituição devem de ser utilizadas e desenvolvidas.

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Artigo 9º

· Quando o animal é criado para alimentação, ele deve de ser alimentado, alojado, transportado e morto sem que disso resulte para ele nem ansiedade nem dor.

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Artigo 10º

1. Nenhum animal deve de ser explorado para divertimento do homem.
2. As exibições de animais e os espectáculos que utilizem animais são incompatíveis com a dignidade do animal.

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Artigo 11º

· Todo o acto que implique a morte de um animal sem necessidade é um biocídio, isto é um crime contra a vida.

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Artigo 12º

1. Todo o acto que implique a morte de grande um número de animais selvagens é um genocídio, isto é, um crime contra a espécie.
2. A poluição e a destruição do ambiente natural conduzem ao genocídio.

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Artigo 13º

1. O animal morto deve de ser tratado com respeito.
2. As cenas de violência de que os animais são vítimas devem de ser interditas no cinema e na televisão, salvo se elas tiverem por fim demonstrar um atentado aos direitos do animal.

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Artigo 14º

1. Os organismos de protecção e de salvaguarda dos animais devem estar representados a nível governamental.
2. Os direitos do animal devem ser defendidos pela lei como os direitos do homem.

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(*) A Declaração Universal dos Direitos do Animal foi proclamada na UNESCO em 15 de Outubro de 1978

DOENÇAS E TRATAMENTOS

Para quem está habituado a observar as aves em liberdade, é fácil reconhecer, pela forma como se apresentam no aviário, quando alguma está doente.

Uma ave saudável é toda ela vivacidade, movimentos ágeis e elegantes, penas lisas e brilhantes acompanhando bem o corpo, porte mais ou menos levantado mas de cabeça firme e olhar penetrante. Mesmo que o seu canto não seja harmonioso e intenso, uma ave gosta sempre de emitir os seus sons habituais. É a sua expressão oral, o seu meio de comunicar e transmitir os seus diversos sentimentos quer se trate do chamamento nupcial, do chamamento dos filhos ou da afirmação do território perante algum intruso ou rival.

Será fácil, portanto, constatar que alguma coisa vai mal quando uma ave se apresenta empoleirada a um canto do aviário ou mesmo no chão, sem se mexer muito, penas enroladas ou em tufo, cabeça debaixo de uma asa, quase sempre dormitando. Num estado mais adiantado, nota-se uma respiração ofegante mais rápida do que o normal e apresenta as penas eriçadas junto do bico e molhadas ou sujas em volta da cloaca. Observando cuidadosamente, podemos ver que os seus excrementos são totalmente diferentes dos de uma ave saudável. Enquanto nesta eles são esbranquiçados com aspecto de pasta, tendo no final uma parte mais sólida de cor mais acentuada, os excrementos de uma ave doente são muito mais aguados, de cor acinzentada e, por vezes, com grande percentagem de mucosidades.

É claro que os sintomas genéricos que acabámos de descrever não são imediatamente comprovativos do tipo de doença que atacou a ave. Eles sugerem-nos apenas que alguma coisa de anormal se passa e que ela necessita de ser isolada e tratada numa gaiola à parte, em ambiente ligeiramente aquecido. Por outro lado, é um aviso de que precisamos de fazer uma certa desinfecção, no aviário, limpar poleiros e ninhos com uma solução de formol, mudar a areia, escaldar os comedouros e bebedouros, vigiando as restantes aves nos dias seguintes. Com efeito, a doença pode ser de carácter infeccioso, o que - diga-se de passagem - não é muito vulgar, sendo conveniente estar com atenção ao desenrolar dos acontecimentos.

Como já foi referido, o diagnóstico é sempre difícil. Mas convém dizer desde já que num aviário em perfeito estado de limpeza, onde não haja violentas correntes de ar nem fumos tóxicos e com o tipo de alimentação adequado para os seus pensionistas, as aves não adquirem doenças graves.
Seguem-se então algumas doenças, que se podem passar com uma ave e respectivos tratamentos:

TUBERCOLOSE

Causada pelo Mycobacterium avium, esta doença pode ser contraída por aves de todas as espécies. É habitualmente transmitida através dos excrementos das que se encontram doentes ou dos produtos alimentares, nomeadamente cascas de ovos que não tenham sido previamente fervidas. A transmissão por via respiratória não é muito frequente embora possa ser transmitida pelo homem.
As aves atacadas pela tuberculose começam por perder peso, emagrecendo bastante, apesar de continuarem a ter apetite. Como a camada de penas esconde a parte muscular, este enfraquecimento progressivo não é fácil de detectar excepto se segurarmos a ave nas mãos. Só num estado mais adiantado, começam a "enrolar" as penas, nome que se dá quando elas ficam eriçadas e ligeiramente enroladas. Vomitam igualmente a comida, refugiando-se num canto do aviário em letargia quase permanente. E claro que uma ave nestas condições deve ser imediatamente isolada. Tanto quando se conhece hoje em dia, a tuberculose nas aves é incurável. O animal morto deve ser queimado.
Como se trata de uma doença contagiosa, aplica-se aqui inteiramente a regra da desinfecção total do aviário com uma solução a 3% de formol ou qualquer outro desinfectante. É ainda conveniente que as restantes aves do mesmo aviário passem a dispor de comida rica em vitaminas e sais minerais.

PARATIFO

É uma doença intestinal contagiosa para todas as espécies de aves e mesmo mamíferos, incluindo o homem. É também conhecida com o nome de Salmonelose visto ser causada pela bactéria Salmonella Typhi murium. Os pássaros jovens são facilmente atacados e podem morrer rapidamente. Por vezes, os adultos funcionam apenas como transmissores da doença. E por isso que mais uma vez se recomenda todo o cuidado na aquisição de novos exemplares (onde e em que estado), efectuando a quarentena numa gaiola isolada e só depois permitindo a sua passagem para o aviário.
Os sintomas mais aparentes da ave atacada por paratifo são os excrementos aquosos, amarelados ou esverdeados, a inflamação em volta de toda a cloaca e. por vezes. mucosidade nos olhos. Além disso. na sua forma aguda. o animal vomita tudo o que come e refuga-se a um canto do chão com as penas eriçadas.
O tratamento que se conhece, embora sem resultados muito favoráveis, é a administração de antibióticos como a estreptomicina e o cloranfenicol ou sulfamidas. A dose está indicada nas embalagens para uso veterinário e de acordo com o peso da ave.

PSITACOSE OU ORNITOSE

Esta doença, extremamente contagiosa e que pode ser transmitida mesmo ao homem, tem efectivamente dois nomes. Como foi descoberta em primeiro lugar nos psitacídeos, a denominação adquiriu a raiz morfológica "psitac". Mais tarde, verificou-se que ela existia também nas outras aves e daí o nome de Ornitose. E vulgar nos papagaios trazidos dos países de origem e por isso se deve ter muito cuidado com a importação.
Como sintomas gerais, indicam-se os vómitos e os excrementos aquosos de cor cinzenta, cinzenta esverdeada, ou por vezes verde-escura. A ave agacha-se com as penas eriçadas, em tufo. Num estado já muito adiantado, o mal atinge o próprio sistema nervoso e ela não consegue segurar-se no poleiro desequilibrando-se com facilidade e acabando por morrer.
Como sempre, o diagnóstico é difícil nos primeiros tempos da doença, pois o período de incubação varia entre 5 dias e 3 meses. Mas, entretanto, a ave pode não apresentar quaisquer sintomas. Se não houver cuidado, o contágio estende-se mesmo ao homem através da respiração do ar infectado e a doença manifesta-se por uma inflamação nos pulmões.
O único tratamento possível é à base de antibióticos mas em regra as aves acabam por morrer.
Resta acrescentar, para sossego dos criadores, que a psitacose está hoje praticamente debelada devido à inspecção rígida a que são sujeitas todas as aves importadas.

APARELHO RESPIRATÓRIO

As doenças mais vulgares deste tipo são a constipação e o catarro. A primeira reconhece-se pela dificuldade que a ave tem em respirar, ao mesmo tempo que apresenta as aberturas nasais obstruídas. No catarro, pelo contrário, a respiração é rápida.
São normalmente doenças causadas por um resfriamento, pois as aves tropicais não suportam uma queda de temperatura. O tratamento consiste em colocar a ave numa gaiola separada, a uma temperatura de 35-40º C. Isto consegue-se cobrindo a gaiola parcialmente com um pano e pondo por cima uma lâmpada eléctrica de 25 W. Como é natural, a temperatura do ambiente tem influência na forma de alcançar aquela que se pretende no interior da gaiola. Assim, é conveniente usar um pequeno termómetro pendurado nos arames e ir observando se a potência da lâmpada é suficiente e se é necessário colocá-la mais próximo ou mais afastada do topo da gaiola.
A alimentação deve ser rica em vitaminas. Se tal for preciso, convém limpar os orifícios nasais com glicerina líquida. Logo que a ave se mostre em condições, procede-se ao abaixamento gradual da temperatura até atingir a do ambiente do aviário ou viveiro, o que se consegue diminuindo a intensidade da lâmpada e afastando-a progressiva-mente da gaiola.
Apenas em casos já muito adiantados é necessário usar antibióticos.

APARELHO DIGESTIVO

Os chamados desarranjos intestinais são normalmente caracterizados por diarreia aquosa ou com mucos, de cor cinzenta ou cinzenta-acastanhada. Além disso, as penas em redor da cloaca ficam bastante sujas e a pele nessa mesma zona apresenta-se avermelhada. A ave tem também vómitos e, como é natural, encolhe-se a um canto com as penas eriçadas e a cabeça debaixo da asa.
As causas devem ser geralmente procuradas na má alimentação (sementes sujas) e na água igualmente suja ou extremamente fria, embora a doença possa aparecer como resultado de um resfriamento.
O tratamento consiste no isolamento em gaiola aquecida (ver doenças do aparelho respiratório) e na administração de um antibiótico ou sulfamidas para uso veterinário, nas doses indicadas de acordo com o peso. A ave não deve comer verdura e, em vez de água, coloca-se no bebedouro chá de camomila. Também como doença do aparelho digestivo podemos considerar a proliferação de uma bactéria normalmente existente nos intestinos das aves, chamada Escherichia coIi, onde auxilia a digestão. Com efeito, devido a um enfraquecimento que pode resultar de uma alimentação deficiente, a bactéria multiplica-se em quantidade exagerada e provoca no animal sintomas graves que podem levar à morte. O tratamento consiste na aplicação de uma pequena dose de antibiótico.
As aves podem ainda ser atacadas de prisão de ventre ou obstipação. Neste caso, dá-se à ave alimento verde, com o auxílio de um conta-gotas, obriga-se a engolir uma gota de azeite

CONJUTIVITE

Como facilmente se depreende, trata-se de uma inflamação nos olhos, em regra devida à falta de higiene ou às poeiras existentes no aviário.
O tratamento, tal como acontece para os outros animais, consiste na aplicação de algumas gotas de um preparado específico, pelo menos duas vezes ao dia e durante duas semanas.

RAQUITISMO

É uma doença causada pela falta de substâncias minerais na alimentação e que atinge sobretudo as crias. Estas, ao sair do ninho, apresentam certa dificuldade em manter-se de pé, chegando mesmo a encurvar as pernas.
O tratamento é sobretudo à base de vitamina D mas, como em muitos outros casos, é melhor evitar que tal aconteça administrando sempre aos pais uma alimentação adequada e, se necessário, algumas gotas de um preparado vitamínico na água ou na comida.

CAUSADAS POR PARASITAS

Existem duas grandes classes de doenças deste tipo, conforme são causadas por endoparasitas (que vivem no interior do corpo do animal) ou ectoparasitas (que vivem no exterior).
Dos endoparasitas, citamos em primeiro lugar os que originam a conhecida coccidiose. Vivem nas paredes dos intestinos causando profundas inflamações, a tal ponto que os excrementos das aves chegam a apresentar vestígios de sangue de mistura com uma mucosidade característica. A doença é, portanto, infecciosa e convém que a ave seja imediatamente isolada e tratada com um medicamento à base de sulfamidas.
Nos intestinos das aves, podem ainda aparecer vermes parasitas do género Capillaria, cuja presença só pode ser detectada através da análise dos excrementos. O tratamento é então indicado por um veterinário.
Entre os ectoparasitas, o mais comum é o causador de uma espécie de escamação exagerada na pele das pernas. E o Chemidocoptes mutans que pode ser perfeitamente combatido aplicando um pouco de azeite ou um preparado oleoso nas regiões afectadas. O óleo tapa os orifícios respiratórios do parasita, ocasionando portanto a sua morte.
Os outros ectoparasitas pertencem ao grupo dos insectos Mallophagus e atacam não só a pele como parte das penas das aves. No entanto, chegam a alimentar-se do próprio sangue e, se o seu número for demasiado, o que se nota pela intensidade com que a ave se cata, devemos aplicar um preparado insecticida dos que se vendem nas lojas da especialidade e para o fim adequado.
Uma ave tem sempre tendência em alisar as penas e catar-se. Mas, se esse procedimento for exagerado e quase violento, é a altura de intervir.

ARRANQUE DAS PENAS

Não é normal que as aves arranquem as penas das outras aves, as suas próprias ou até mesmo as dos filhos quando estes se encontram nos ninhos. Se tal acontece, é porque algum desequilíbrio existe na manutenção e sobretudo na parte alimentar. Efectivamente, esse procedimento nunca aconteceria se as aves estivessem em liberdade, tendo à sua disposição tudo o que necessitam. Em cativeiro, o facto é por demais conhecido não só nas aves (veja-se o caso das galinhas) como até nos próprios mamíferos. O que se passa é que a ave procura nas penas (tal como os mamíferos o fazem nos pêlos) o alimento de origem animal que lhe falta na dieta diária fornecida pelo criador. É esse o único recurso que têm à sua disposição. Por vezes, é claro, isso torna-se um vício, mesmo depois de restabelecido o equilíbrio. Teremos portanto toda a vantagem em evitar que tal aconteça, mas não se diga - e temos muitas provas disso - que o vício não se pode curar.
No capítulo referente à alimentação, falámos detalhadamente da necessidade da inclusão de proteínas de origem animal na dieta das aves. Ovo cozido, insectos e até mesmo um pouco de presunto não muito salgado são precisamente alimentos que devem ser administrados quando as aves denotam um estranho apetite pelas penas: as suas ou as das outras aves.
Por vezes, um ambiente demasiado seco também pode desencadear o mesmo procedimento, assim como uma falta de vitaminas ou sais minerais. Como é evidente, é necessário então fazer pulverizações frequentes de água tépida e não esquecer os alimentos que forneçam vitaminas e sais minerais.

DIFICULDADE NA POSTURA DOS OVOS

Embora não se trate propriamente de uma doença, a dificuldade em expulsar os ovos pela cloaca pode ser devida a vários factores, entre os quais o tempo frio e novamente a falta de substâncias minerais.
Quando tal acontece, a fêmea apresenta-se agachada num canto do aviário com as penas eriçadas e fazendo pequenos movimentos com o corpo, como se tentasse em vão expulsar o ovo.
A melhor forma de a auxiliar é mudá-la para um ambiente aquecido, pegando nela com todo o cuidado e depois segurando-a por cima de uma cafeteira com água a ferver, de modo a que o vapor de água atinja toda a parte inferior do corpo. Normalmente, produz-se uma dilatação da cloaca e a ave chega a pôr o ovo naquele mesmo instante na nossa mão.
Nos casos mais graves, é necessário colocar uma gota de azeite com o auxílio de um conta-gotas no interior da cloaca, ao mesmo tempo que se efectua a mudança da ave para um ambiente húmido e ligeiramente aquecido.

terça-feira, 13 de julho de 2010

Gaiolas de Exposição - Gloster Clube Portugal


Uma das características das gaiolas do GCP é a cor verde, em 2006 foi divulgada a seguinte referencia:

VERDE - ESMALTE CINACRYL BRILHANTE DA CIN N926-S1030G
PRETO (BRILHANTE, não existe necessidade de referência)

A IMPORTÂNCIA DA PLUMAGEM


Uma das razões mais frequentes para falhar o objectivo de criar uma boa linha de canários é a qualidade da plumagem. De forma a que o criador possa traçar como objectivo o de constituir uma boa linha e com a plumagem adequada é necessário que este compreenda e estude os tipos de penas existentes. A criação de glosters não é excepção a esta regra. Também a criação de canários Gloster deve respeitar este princípio e o facto de a maioria dos glosters existentes ser do tipo buff feather (tipo nevado com plumagem larga) não significa que não possam e não devam ser usados pássaros com penas do tipo yellow (pela intensa, apertada e sedosa).

Mas o que significam os termos buff feather e yellow feather ?


Yellow feather

Um canário de cor amarela não é obrigatoriamente um canário que possa ter a designação de Yellow Feather. Este termo que passaremos a designar por amarelo intensivo, é atribuído à plumagem fina, apertada, firme e de tom amarelo esverdeado intenso.

O facto de este tipo de pena ser apertada não significa que é maior do que outros tipos de pena. Possui sim brilho e cor natural que se estende até aos extremos das penas. A qualidade da plumagem de "bons amarelos" deve ser de uma aparência sedosa, como que se a plumagem formasse uma unidade única e não um conjunto de penas individuais.


Este tipo de plumagem pode ser criada em qualquer raça de canários independentemente da sua cor e marcações, sendo presente em apenas um dos reprodutores.

Devido à plumagem fina e apertada, os canários deste tipo podem perder em porte quando comparados com canários com pena buff. Esta é uma das razões pela qual os canários desta categoria não são muito usados em exposições mas devem ser usados nas criações para manter a qualidade da plumagem. A utilização desta característica num acasalamento com uma ave de tipo buff não produz necessariamente jovens com falta de "corpo" e postura/porte.

No entanto, o criador deve ter em atenção de que nem todos os canários yellow feather tem uma plumagem de excelente qualidade. Muitas vezes e como última tentativa para salvar uma linha de canários de má plumagem, resultante de consecutivos acasalamentos de pássaros tipo buff, acasala-se com uma pássaro tipo yellow. Ora, as crias resultantes deste acasalamento, mesmo que yellow, têm nos seus genes as características indesejadas da linha de um dos seus país. Sendo que estas crias também não irão servir com bons resultados nas criações que se seguirem.

Pelo menos de três em três gerações deve-se utilizar um canário com este tipo de pena para não perder a qualidade da plumagem. Caso contrário começam a aparecer canários com quistos, problemas de plumagem, sem brilho, sem cor, etc...

Os pássaros com este tipo de plumagem não são a solução para a cura dos quistos das penas, são sim uma possibilidade para não deixar que uma linha de canários seja arruinada por má plumagem e pelos quistos.

Mas como poderá o criador saber qual será o bom yellow para utilizar na sua linha de canários ?

A resposta poderá ser dada em duas partes:

Deverá apenas adquirir este tipo de pássaros de criadores que conheçam bem este tipo de plumagem e que os utilizem nas suas linhas. Existem muitos criadores com o errado tipo de plumagem, mesmo que yellow
Qualquer pássaro yellow que tenha a cauda larga, em que nas penas não estejam juntas, firmes, apertadas, que tenha a plumagem fosca e que não corresponda as características apresentadas, não deve ser usado para criação.

Buff feather

O tipo de pena normalmente descrito como buff ou "nevado" tende a ser uma pena mais "mole", suave e larga e não tem a textura e a "elegância" da plumagem intensiva. Devido à natureza macia da plumagem nevada, esta é mais delicada e mais facilmente estragada do que a plumagem intensiva. A cor, neste tipo de pena, não é tão intensa como a descrita no item anterior, nomeadamente na presença da pigmentação amarela que esta presente em todas as classes de canários Glosters com a excepção dos de fundo branco.


Neste tipo de plumagem a cor amarela não se estende até aos extremos das penas, o que origina que estas tenham um aspecto um pouco mais fosco. No entanto, os canários que tenham uma boa plumagem, embora tipo buff, também devem ter uma plumagem sedosa, e é quando esta característica desaparece que os problemas começam a aparecer.

Exemplos de canários com este tipo de plumagem (buff) podem surgir em qualquer raça de canários e independentemente da sua cor e características. Podem inclusivamente surgir do acasalamento de dois canários tipo yellow. Esta situação pode ocorrer visto que os canários tipo yellow possuem nas suas características genéticas os factores responsáveis por produzir o factor buff. A situação contrária nunca pode acontecer devido ao factor yellow ou intensivo ser dominante, isto é um casal de canários tipo Buff nunca produzirá um canário tipo yellow.

Os canários tipo buff, devido à sua plumagem mais suave e larga, possuem uma aparência mais característica dos Glosters, i.e., definem de melhor forma o porte do canário. Esta situação origina que a grande maioria dos glosters a concurso sejam do tipo buff, assim como a grande maioria dos canaricultores possui apenas canários deste tipo.

O acasalamento de dois canários buff que tenham origem num acasalamento de yellow x buff, dá origem a canários double buffing sendo que esta pratica é aceitável e está na origem da criação de uma boa linha de glosters.

O acasalamento de dois canários buff que tenham origem num acasalamento de Buff x buff, é mais do que double buffing e deve ser feito com precaução, devendo ser tido em conta o pedigree dos canários. A continua utilização da técnica buff x buff sem a introdução do factor yellow pode arruinar uma linha de glosters. Sendo que os principais problemas devido à demasiada suavidade e "moleza" das penas é o aparecimento de quistos, problemas nas asas e na cauda ao nível da qualidade da plumagem.


Outros factores importantes

Para além do facto de os canários terem plumagem do tipo yellow ou buff , existem outros factores que podem afectar a textura ou a qualidade da plumagem. Plumagens variegated ou matizadas com diversas cores, em que todos os pigmentos tenham sido removidos expepto o amarelo tendem a ter uma textura muito suave do que as penas que não tenham esta característica. Assim os passarinhos que sejam variegados claros tendem a ter a plumagem excessivamente suave. A mutação Cinnamon ou canela também sofre deste tipo de problema, no entanto, as suas penas tendem a ser bem mais finas do que o normal. Apesar desta finura das penas a mutação canela não possui a mesma rigidez que as penas de um yellow.

A primeira preocupação para o início de uma boa linha de glosters deverá ser o estabelecimento de um núcleo forte de bons glosters verdes ou com 3 partes verdes escuras e intensivos amarelo esverdeados (yellow). Os verdes buff ou nevados devem ser o mais próximo possível do Standard e os intensivos devem ter uma boa cor e boa plumagem e se possível curtos e redondos.

É importante que o criador saiba que poderá acasalar um buff ou nevado verde com qualquer outro tipo de pássaro, canela, branco, cinza, azul, variegado, intenso. No entanto, qualquer um destes só deverá ser acasalado com um verde buff.

Os verdes buff criados a partir de yellows e buffs estão associados a boas características e podem ser acasalados com qualquer buff. As crias resultantes deste acasalamento são buffs e se mantiverem boa plumagem e cor podem acasaladas com outros buff de boa qualidade por mais uma geração. Agora nesta geração as crias devem ser acasaladas com buffs resultantes de casais buff x yellow, ou se forem canários verdes variegados directamente com intensivos amarelo esverdeados(yellow).

A escolha dos casais para a criação não é escolha fácil pois não deve restringir-se apenas ao aspecto e à beleza das aves mas principalmente ao factor genético. Todas estas considerações devem ser tidas em contas, assim como também é muito mais fácil controlar a boa qualidade da plumagem nos canários mais escuros do que nos mais claros como os variegados. Desta forma, a escolha dos casais para a época de criação deve respeitar estas regras e tentar compensar os vários factores em questão.

Gloster consort


No caso do consort as características são idênticas, mas sem coroa. A cabeça deve ser redonda e larga, com sobrancelhas bem marcadas. O bico curto e afiado.

Gloster corona


No caso do gloster corona, a coroa deve estar bem redonda e colada ao pescoço, com um pequeno ponto central. O corpo deve ser arredondado com o dorso largo. A plumagem lisa e colada, as patas curtas e as coxas cobertas.

Como Avaliar um Gloster


Poupa no corona: a poupa ou coroa deve ser abundante, simétrica, com um ponto central o mais pequeno possível. A poupa deve pousar sobre a nuca de forma homogénea e sem quebras
Cabeça do consorte: cabeça larga, bastante grande, com sobrancelhas bem proeminentes. O bico deve curto e cónico.
O corpo: o corpo deve ser arredondado, curto e atarracado. O peito deve ser largo sem saliências. O dorso deve ser largo, atenção as costas não devem ser planas. A fixação das asas deve ser invisível assim como o pescoço permitindo traçar uma linha ovóide entre corpo e cabeça.
A cauda: a cauda deve ser estreita, curta, com plumagem serrada e no prolongamento do corpo.
Postura: Muito importante: a ave deve adoptar uma posição semi elevada e saltar de um poleiro para outro sem excitação e nervosismo.
Pernas e patas: altura media, as coxas não devem ser observadas, e as patas sem os dedos tortos e com todas as unhas.
Tamanho: 11 a 11,5 cm
Condição geral da ave: deve-se apresentar saudável e em perfeitas condições de higiene.

segunda-feira, 5 de julho de 2010

A história do Gloster

Standard Gloster Corona por Robert LaRochelle

História do Standard do GLOSTER


O aparecimento do Gloster foi em 1925, numa exposição no Crystal Palace em Inglaterra, pela mão de Mrs. Rogerson (de Gloucestershire), que ficará para sempre associada à criação e desenvolvimento desta raça. Mrs. Rogerson foi a primeira criadora a expor este pequeno canário, com poupa, numa exposição em 1925, no Crystal Palace em Inglaterra. Desde então, estabeleceu juntamente com um criador Escocês Mr. John McLay , o "standard of excellence" que permitiu o desenvolvimento dos Glosters.

O Gloster é um dos canários mais pequenos com 11,5 cm, e é também um dos mais populares.
Redondo em todas as suas linhas, pescoço curto e cheio, peito agradavelmente arredondado sem proeminências, cauda curta como prolongamento do corpo, costas bem preenchidas, bico pequeno, esta raça divide-se em duas variedades:

Corona com coroa, de forma arredondada, regular com centro bem definido.
Consort sem coroa, larga e redonda em todos pontos, com uma ligeira acentuação no cimo do centro da cabeça

albertoglosters

Olá a todos os simpatizantes de ornitologia, e um especial acolhimento para os admiradores, cultivadores desta raça deslumbrante e emocionante que são os GLOSTERS!

O meu Nome é Alberto, sou psicólogo de formação e um adepto convicto da raça Gloster!

É com enorme prazer que crio este espaço de informação, exposição e debate acerca da ornitologia e claro especialmente do Gloster!

Espero que seja possível dinamizar este blogue com actualizações do "cultivo" da raça, das suas características standart, mas também das suas dificuldades, dúvidas que todos os dias se deparam quer no apurar da raça, como nas suas maleitas.

Espero que gostem e participem neste espaço que se quer do Gloster para os Glosterianos!