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quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

Acasalamento

Chamo acasalamento ao curto período (de 1 a 6 semanas) desde que se junta o casal e o momento em que iniciam a criação, com a postura do primeiro ovo. O criador deve iniciar o acasalamento apenas quando o macho e a fêmea estiverem prontos a acasalar.

A altura de iniciar o acasalamento e depois a criação em Portugal é, normalmente, no início da primavera, ou um pouco antes. Sendo o aparelho reprodutor dos canários que dita o início do acasalamento, os meus canários então prontos por volta do início de Março, podendo haver alguma diferença entre casais. Mais a sul do país é natural que este processo comece antes.

Sendo as horas de luz por dia que determinam o ciclo de reprodução dos canários, é possível antecipar o acasalamento, aumentando com luz artificial, e de uma forma adequada, a duração do período de luz de cada dia.

As fêmeas ficam prontas para o acasalamento quando o seu ventre fica mais comprido em forma de ovo. Os machos ficam com o espigão saliente (cerca de 3 a 5 cm).

Há diferentes processos de acasalamento:
• Monogâmico – um macho e uma fêmea. Macho e fêmea ficam juntos até ao fim da criação. Ambos alimentam os filhotes.

• Poligâmica – um macho com duas ou três fêmeas. Cada fêmea fica na sua gaiola e o macho visita-a na altura apropriada para fecundar os ovos. Há dois métodos do macho fazer a visita às fêmeas. No primeiro método, o criador junta o macho com cada uma das fêmeas apenas por algumas horas, vários dias até a fêmea terminar a postura. No segundo método é necessário que a postura das fêmeas ocorra em períodos espaçados entre elas de forma a que o macho fique durante a postura (iniciando alguns dias antes) junto apenas com a fêmea que está a fazer a postura. Rodando depois pelas outras fêmeas. Em ambos os casos terá de ser a fêmea sozinha a criar os filhotes.

• Poligâmica – um macho com várias fêmeas num viveiro de criação. São colocados vários ninhos (pelo menos um por fêmea) e as fêmeas escolhem o ninho (por vezes com alguma disputa) para fazer a sua postura. O macho fecunda todas as fêmeas ainda que elas façam a postura na mesma altura. O macho raramente ajuda a alimentar os filhotes, pelo que têm que ser as fêmeas a fazê-lo. Frequentemente umas fêmeas alimentam os filhotes de outras. Este processo só funciona com raças de canários que criem muito bem. A seguir relato a minha experiência com este método, mal sucedido com algumas raças, e bem sucedido com outras desde que sejam tomados alguns cuidados.

Descrevo o acasalamento monogâmico que é o mais natural e mais habitual e o único recomendado para quem inicia uma criação considero esta uma das fases mais gratificantes na criação de canários.

Quando a gaiola de criação o permite, colocam-se, macho e fêmea separados por uma grelha que os deixa verem-se e trocarem comida no bico um com o outro. Normalmente ficam assim durante uma semana ou até começarem a trocar comida pelo bico. Neste período enamoram-se um pelo outro. Se o macho e a fêmea já estiverem prontos como referi atrás, esta etapa pode ser omitida.

Depois de retirar a grelha, ou se não usou grelha, alguns dias (uma semana) depois de os juntar coloca-se o ninho com algumas palhinhas (poucas para não sujar muito a gaiola). Quando a fêmea e o macho transportarem as palhinhas no bico é um ‘convite’ ao parceiro para iniciar o acasalamento. Quando a fêmea iniciar a feitura do ninho deve dar-se-lhe mais material para fazer o ninho. Dentro de 4 a 7 dias porá o primeiro ovo. Nos dias seguintes porá um ovo por dia, sempre um pouco depois de nascer o dia. A postura será de 3 a 5 ovos, normalmente.

Uma fêmea na sua primeira postura é habitual pôr menos ovos que nas outras. Nesta altura não pode faltar a papa (para que os ovos tenham nutrientes suficientes para o desenvolvimento do embrião dentro do ovo), nem o cálcio (osso de choco ou barra de cálcio) para a fêmea poder criar a casca do ovo que é composta de cálcio.

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